O certame, que vai ter lugar entre hoje e domingo, é promovido pelo Centro Dramático de Évora (Cendrev) e financiado pela Câmara e pelo Ministério da Cultura, com apoios locais de outras entidades, regressando à cidade alentejana seis anos após a última edição, em 2013.
“É muito importante este momento porque há uma retoma”, destacou à agência Lusa o diretor do Cendrev, José Russo, lembrando que as edições de 2015 e de 2017 não aconteceram “por falta de financiamento”.
Neste regresso da BIME, que tem como “anfitriões” os Bonecos de Santo Aleixo, títeres (ou marionetas) tradicionais de varão da região do Alentejo, manipulados por atores do Cendrev, a organização também quis expô-los publicamente nas “boas-vindas” aos artistas.
O Jardim das Canas, em frente ao Teatro Garcia de Resende, vai, pois, acolher uma mostra dedicada aos Bonecos de Santo Aleixo, já apresentada na Festa do Avante do ano passado e agora reformulada, patente ao longo da BIME.
Segundo José Russo, o programa da BIME conta com “74 sessões diferentes”, protagonizadas por “28 companhias” dedicadas ao teatro de marionetas”, com cerca de “85 artistas”.
No total “são 11 países representados”, acrescentou, indicando que, além de Portugal, presente através de “várias companhias”, o público vai poder assistir a títeres da Argentina, Brasil, China, Dinamarca, Espanha, França, Hungria, Itália, Moçambique e Peru.
“Vamos ter muitas marionetas que vêm um pouco do mundo inteiro até cá. Os Bonecos de Santo Aleixo são quem convida” e “tem muita importância o facto de termos aqui este espólio que é apreciado em termos mundiais e que tem muitos ‘amigos’ espalhados pelo mundo, porque eles também já circularam nesses festivais por aí fora”, assinalou.
A bienal promete também animar “a cidade toda”, já que os espetáculos, alguns deles realizados em simultâneo, vão estar distribuídos por 11 espaços de Évora, como largos, praças, jardins, mas também o Teatro Garcia de Resende, disse José Russo.
“Há muita gente de fora”, tanto de outras zonas do país, como de Espanha, “que está a fazer reservas e a marcar vindas a Évora para vir à BIME”, assegurou, afiançando que a bienal, realizada desde 1987 e onde já vieram artistas de todo o mundo, “promove o turismo, a economia e a cidade além-fronteiras”.
“As marionetas são algo fascinante” e um universo de que “toda a gente gosta, os pequeninos e os grandes, os velhos e os novos, os feios e os bonitos”, sublinhou.
“Toda a gente gosta de ‘bonecos e há ‘bonecos’ para todos os gostos” na BIME”, desde os de luvas ou de fio, de varão, tradicionais, aos de espuma, cabeçudos e gigantes, feitos a partir do corpo, como das mãos, joelhos ou pés, de mesa ou o polichinelo italiano, enumerou.
O orçamento desta edição é inferior ao de anos anteriores -- ronda os 130 mil euros, quando são necessários “170 mil euros no mínimo” -, mas o Cendrev não quis deixar passar mais tempo: “As coisas vão-se apagando e nós não queríamos isso, queremos preservar estas memórias coletivas que as pessoas de Évora têm e que vão alimentando na bienal”.
LUSA