sexta, 12 abril 2019 10:00

Cientistas estudaram astronauta e irmão gémeo para investigação pioneira

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Cientistas estudaram astronauta e irmão gémeo para investigação pioneira NASA

Um gémeo foi ao espaço, o outro ficou na Terra e mais de 80 cientistas de 12 universidades estudaram os dados vitais de ambos para perceber que uma estadia num ambiente sem gravidade não traz grandes alterações irreversíveis ao corpo humano.

Scott Kelly passou um ano na Estação Espacial Internacional, enquanto Mark ajudou os investigadores agindo como contraponto ao que foi registado no corpo do seu irmão.

"Este é o começo do estudo do genoma humano no Espaço", afirmou Andrew Feinberg, da universidade Johns Hopkins, referindo que foram criados métodos que servirão para "mais investigação para concluir o que acontece aos humanos" fora da Terra.

Os investigadores descobriram nas análises a Scott Kelly um aumento de comprimento dos telómeros, estruturas que fazem parte dos cromossomas, mas tudo voltou ao normal seis meses após o regresso à Terra.

Descobriram ainda que a vacina da gripe funciona do mesmo modo no espaço e que não houve alterações significativas da flora intestinal do gémeo astronauta.

O estudo baseia-se em amostras de sangue, dados fisiológicos e outras medições feitas com os gémeos Kelly ao longo de um período de 27 meses antes, durante e depois da missão espacial de Scott.

Amostras do astronauta foram recolhidas na estação espacial e enviadas de volta à Terra durante um reabastecimento da estação espacial por uma nave russa, para serem analisadas num prazo de 48 horas.

As conclusões sobre os perigos das viagens espaciais para o genoma humano não são ainda evidentes, afirmam os cientistas, mas fazer o mesmo tipo de estudo em astronautas de missões espaciais futuras poderá ajudar a prever o tipo de riscos médicos que poderão enfrentar em viagens prolongadas, sem gravidade e com exposição a raios ultra-violeta nocivos e outros riscos para a saúde humana.

Feinberg assinalou que estudar um par de gémeos idênticos foi uma oportunidade rara de comparar mudanças fisiológicas e genéticas mas frisou que não se pode atribuir as mudanças apenas à viagem espacial, sendo necessário continuar a investigação com outros astronautas.

A sua equipa estudou dois tipos de glóbulos brancos e descobriu que em ambos os irmãos se verificaram alterações epigenéticas.

Scott Kelly esteve a bordo da estação espacial durante 342 dias durante 2015 e 2016.

LUSA

 
Ler 1644 vezes Modificado em segunda, 14 outubro 2019 15:49
Sara Ribeiro

Redatora Principal

"Tomei o gosto pelas palavras bem cedo.
Encantada por todas as leituras e escritas que passaram e continuam a passar por mim, o meu percurso inevitável em Comunicação guiou-me até aqui.
Continuarei, para sempre, enamorada pelo poder da informação e pela liberdade que ela respira."