A humanidade encontra-se, desde segunda-feira, 29 de julho, a viver a crédito, três dias mais cedo que em 2018.
Isto significa que a população humana já consumiu, no ano de 2019, todos os recursos naturais, como a água, terra e ar, que o planeta Terra oferece.
O primeiro Dia da Sobrecarga da Terra oficial foi a 21 de dezembro de 1971 onde a Terra registou 10 dias a crédito.
Este ano chegou dois meses antes do que há 20 anos atrás e, pelo caminho que segue, cada vez se irá antecipar mais a cada ano que passa.
Aliás, continuando desta maneira, em 2050 a humanidade consumirá o dobro da biocapacidade do planeta.
Isto “significa que a humanidade utiliza os recursos ecológicos 1,75 vezes mais rápido que a capacidade de regeneração dos ecossistemas”, sublinha a ONG Global Footprint Network. “Gastamos o capital natural do nosso planeta, reduzindo ao mesmo tempo a sua capacidade futura de regeneração.
Fatores como a desflorestação, erosão dos solos, perda da biodiversidade e aumento de dióxido de carbono na atmosfera, contribuem, exponencialmente, para a precocidade do Dia da Sobrecarga da Terra.
Segundo a World Wide Fund for Nature (WWF), se todos vivessem como os franceses, seriam precisos 2,7 planetas. Por outro lado, se todos adotassem o estilo de vida americano, seriam necessários 5 planetas Terra.
Também Portugal é, de acordo com a associação Zero, um contribuinte para esta situação. “Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que o nosso país, seriam necessários 2,5 planetas”, indica, salientando que o país atingiu o seu Overshoot Day a 26 de maio.
“Diminuindo as emissões de CO2 em 50%, poderíamos ganhar 93 dias por ano, isto é, atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra até outubro”, lê-se no comunicado da WWF.
Para calcular o Dia de Sobrecarga da Terra, divide-se a Biocapacidade mundial pela Pegada Ecológica mundial e multiplica-se por 365 (os dias do calendário anual).
Voltar atrás não é impossível: adira ao movimento #MoveTheDate e aprenda a calcular a sua pegada ecológica individual.