Três adolescentes entupidos de fast food e de jogos electrónicos, tratam as pessoas de forma seca, tola e distante. O retrato é genérico, mas constitui o ponto de partida da peça teatral “Enquanto o Cheeseburguer não vem”, o texto do brasileiro Ricardo Inham que esta quinta-feira, 27 de junho, às 21h30, estará no centro de mais uma sessão do projeto “Salvé a língua de Camões”, na Casa do Bosque do Museu da Quinta de Santiago.
Livremente inspirado num caso real ocorrido em Minas Gerais, “Enquanto o Cheeseburguer não vem” (ou “Enquanto o X-Burguer Não Vem”, no original brasileiro) gira em torno de um jogo de culpa, repulsa e tortura física e psicológica. A Pedro, Joca e Monique juntam-se uma balconista de supermercado e o fantasma de um ex-sargento que se matou após ser acusado de pedofilia.
A peça pretende ser um retrato cínico, cómico, trágico e político da falta de perspetivas da chamada geração Y, dando a conhecer um jovem valor da dramaturgia brasileira, já distinguido com o prémio para o melhor texto original no Festival Água de Março (São Paulo, Brasil), mas também com os galardões de melhor realização e argumento pela curta-metragem “Dois Palhaços Castos Num Circo de Copos”, na Mostra 14 Bis de Vídeo.
Projeto da Companhia de Teatro Reator e da Câmara Municipal de Matosinhos, o “Salvé a língua de Camões” decorre há 15 anos, promovendo e divulgando as dramaturgias dos países de língua portuguesa.