O papel de Anna no filme, que se estreou em fevereiro nos Estados Unidos da América, foi para Joana Metrass, como contou a atriz à Lusa, "dez vezes mais difícil do que qualquer trabalho" anterior.
"Foi super desafiante como atriz", afirmou Metrass aquando da estreia do filme dos Estados Unidos, em fevereiro, explicando que a personagem de Van Damme "tem uma característica muito específica" que tornou o trabalho "dez vezes mais difícil do que qualquer trabalho que eu alguma vez tenha feito", bem como um constante desafio em estúdio.
Anna é o interesse romântico de Daniel (Jean-Claude Van Damme), um veterano de guerra que tropeça na vida dos gangues de um bairro de Washington, D.C.
Quando foi escolhida para o papel de uma imigrante de El Salvador que tenta escapar aos tentáculos de um gangue no bairro onde vive, Joana Metrass não sabia que ia contracenar com Jean-Claude Van Damme, a quem chamou "lenda".
O realizador Lior Geller, que também escreveu o argumento, "não queria que fosse só um filme de ação", disse Joana Metrass à Lusa, falando da importância de chamar a atenção para problemas gritantes "a 20 minutos da Casa Branca".
O filme foi rodado na Bulgária e faz um retrato dos gangues, em Washington, D.C., e do drama do 'stress' pós-traumático em militares que regressaram da guerra no Afeganistão.
A realidade mostrada neste filme partiu do trabalho de pesquisa de Lior Geller, que envolveu um agente do FBI e incursões em zonas problemáticas de Washington.
O gangue MS-13, com origem em El Salvador, tem sido muitas vezes referenciado pelo presidente Donald Trump como motivo para financiar a construção do muro na fronteira com o México, no sul dos Estados Unidos.
Para Joana Metrass, "Guerra sem quartel" permite desconstruir a retórica muitas vezes associada a imigrantes de países afligidos pela guerra, como El Salvador.
"A minha personagem é uma imigrante muito honesta, que tem o seu trabalho e não quer ter nada a ver com a vida dos gangues", adiantou a atriz, sublinhando que a história permite perceber que "o medo que existe do sistema" e das leis de imigração "também acabam por ser causadores destes miúdos acabarem nos gangues".
No currículo, Joana Metrass conta também com uma participação na série "Era Uma Vez", dos estúdios ABC, na qual interpretou Guinevere, e um pequeno papel em "The Man from U.N.C.L.E.", de Guy Ritchie.
Em Portugal, a atriz trabalhou com cineastas como Alberto Seixas Santos ("E o tempo passa", o último filme do realizador), protagonizou a 'curta' de André Tentugal "Love song", foi Cândida na série dramática "Sinais de Vida", dirigida por Patricia Sequeira, e, entre outras produções, entrou na telenovela Rosa Fogo, e em Morangos com Açúcar, numa fase inicial da carreira.