O espetáculo “King Kong” pretende transformar uma parte do Bairro da Pasteleira, no Porto, num palco, convidando a plateia a uma introspeção sobre a relação entre o humano e o meio ambiente.
“A mensagem deste espetáculo é a de que haja uma interdependência entre humanos e plantas, vírus, bactérias (…), e não uma balança desequilibrada”, afirmou o diretor artístico, Rodrigo Malvar, à margem do ensaio de imprensa do espetáculo que decorrerá no sábado e no domingo, na Associação de Moradores do Bairro da Pasteleira, no Porto.
Dividido em três momentos, a nova criação do Teatro do Frio (TdF) tem dramaturgia e interpretação a cargo de Catarina Lacerda e de Maria Luís Vilas Boas.
“Recebemos um convite, auscultámos o território e decidimos por onde começar, prestando atenção aos espaços verdes em que mais de 80% das plantas não são portuguesas, ou seja, há uma comunidade estrangeira de plantas no Bairro da Pasteleira, o que nos fez falar com os moradores através da botânica e não do seu trabalho ou gostos musicais”, explicou Rodrigo Malvar sobre a forma como surgiu a ideia do espetáculo.
Com a duração de uma hora e 20 minutos, “King kong” abdica do palco tradicional, para ganhar novos palcos, potenciando o espaço externo no seu segundo momento, antes de regressar ao interior da sala de espetáculos para então ser conhecido o momento que lhe dá nome.
“O King Kong está simbolizado na terceira parte do espetáculo, que encena uma subida à torre, com o público, e onde se encontra o lado mais ficcional”, explicou o diretor artístico.
No parque anexo à sala de espetáculos um conjunto de colunas recria os sons da selva, em busca de um ambiente “mais intimista”, e cujos testes qualquer morador pode acompanhar “da janela ou quando sai à rua”.
“No final do espetáculo o público será convidado para fazer uma pequena reflexão conjunta sobre o tema do espetáculo”, acrescentou Rodrigo Malvar.