quarta, 20 novembro 2019 10:05

Como lidar (e parar) com a birra do seu filho

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Como lidar (e parar) com a birra do seu filho Como lidar (e parar) com a birra do seu filho Linda Venuto | Getty Images

É mais fácil do que pensa.

As birras podem ser desgastantes. Algumas parecem verdadeiras tempestades tropicais que levam tudo pelo caminho. Desde gritos e berros a punhos a bater no chão, que birra não tem o seu charme? Pois, provavelmente nenhuma, para ninguém. Para a criança, para os pais e para quem tem a sorte de estar ao lado a ver e a ouvir tudo.

Como mãe ou pai, provavelmente já deve ter ouvido mil e uma maneiras de acabar com a birra do seu filho. Se encontrou alguma que funcionasse, está na hora de partilhar a sua sabedoria porque a verdade é que as birras continuam a ser um grande problema para um grande número de pais que continuam sem saber como lidar com elas.

Aliás, as técnicas e truques utilizados conseguem muitas vezes ter o efeito contrário e pioram a situação em vez de melhorar.

Um famoso pediatra americano, o Dr. Harvey Karp, autor de vários livros, incluindo O Bebé Mais Feliz do Mundo, partilhou as melhores formas, e as mais eficazes, de parar com as birras das crianças.

Deixamos-lhe aqui as melhores maneiras que o pediatra encontrou de lidar com as birras das crianças e, o melhor de tudo, acabar com ela, em casa e em sítios públicos.

Acabar com a birra do seu filho

A maior parte dos pais, quando os filhos começam a fazer algum tipo de birra, tendem a tentar distraí-los ou chamá-los à razão.

O Dr. Harvey Karp aconselha, em vez disso, começar a falar a linguagem do seu filho.

Imagine as crianças como pequenas mulheres e homens das cavernas. Pense bem, não deixa de ser verdade. Elas empurram, grunhem, apontam e ficam chateadas quando não as entende. Atiram coisas pelo ar, puxam os cabelos e gritam. Ao imaginá-las assim, também põe de lado expetativas irreais de que elas devem ser e agir como mini-adultos. Elas não o são, não o conseguem ser, e nem o devem ser.

Aliás, as crianças têm a sua própria linguagem como já deve ter percebido. Inclui palavras e frases curtas, grunhos e gestos. Solução? Tentar falar a língua delas. Imite os gestos e use as palavras e frases curtas para se fazer entender. Isto significa atirar-se ao chão com o seu filho quando ele estiver a pontapear e a gritar e fazer o mesmo se dor preciso. Vai ver o quão rápido prende a atenção dele e a birra acaba. Claro que não recomendamos tentar isto num local público.

Segundo o pediatra, as birras, muitas vezes imprevisíveis, podem ser consequência de várias coisas. A criança pode estar cansada, com fome, sobre-estimulada ou simplesmente aborrecida.

O grande erro que ele identifica na abordagem parental às birras é que os pais tentam acalmar o seu filho, tentando redirecionar os sentimentos que estão a perturbar a criança: "Eu sei que queres o doce, mas acabámos de comer. Agora só mais tarde, acalma-te."

Contudo, este método é inerentemente defeituoso, podendo ser até prejudicial. Quando uma pessoa adulta fica chateada, o cérebro torna-se menos lógico, menos razoável e paciente. A realidade é que se assemelha a uma criança. Tudo está mais relacionado com a maneira como fala do que propriamente com o que diz.

Deste modo, dizer algo como "Isso é chato. Eu também ficaria irritada", torna-se paternalista ao contrário do verdadeiro reconhecimento das emoções em causa. Há um fosso enorme entre o que o seu filho está a fazer e o modo como está a falar, o que só leva a mais gritos.

O que ele recomenda, portanto, é que reflita esses sentimentos de perturbação em vez de os redirecionar. Isto é conseguido usando frases curtas de repetição, assim como um tom que reflita as emoções do seu filho aquando da birra.

Funciona, basicamente, como quando age quando o seu filho está feliz. Nestes casos, não põe uma voz séria e grave e diz "Isso é tão engraçado. Consigo ver que te estás a divertir". Pelo contrário, utiliza uma voz alegre para dizer "Ah, tão engraçado! Gostas disso? Tão bom!".

Portanto, da próxima vez que o seu filho fizer birra por causa do doce no supermercado, repita o que ele lhe diz enfaticamente, como, por exemplo, "Queres agora! Tu dizes que é teu! Queres agora! Dizes que é teu!". Depois de repetir algumas vezes, ele vai acalmar e perceber que entendeu a mensagem dele e é aí que o deve distrair.

Recorde-se que as crianças precisam de receber doses regulares de amor e atenção para os ajudar a passar o dia. Parar as suas tarefas a cada 30 minutos, mais coisa menos coisa, pode ser o suficiente para eles se manterem calmos durante o dia.

Ler 2930 vezes Modificado em quarta, 20 novembro 2019 11:25
Sara Ribeiro

Redatora Principal

"Tomei o gosto pelas palavras bem cedo.
Encantada por todas as leituras e escritas que passaram e continuam a passar por mim, o meu percurso inevitável em Comunicação guiou-me até aqui.
Continuarei, para sempre, enamorada pelo poder da informação e pela liberdade que ela respira."